quinta-feira, 15 de abril de 2010

Os Meios de Comunicação Social

Ninguém ignora a poderosa influência social dos meios de comunicação, sobretudo do rádio, da televisão e, mais recentemente, da Internet. As profundas e revolucionárias mudanças por eles impostas têm repercussões positivas e negativas, vale dizer repercussões benéficas e maléficas, nas áreas fundamentais da vida social, entre outras a econômica, a política, a ética e a religiosa. Os meios de comunicação social alcançam toda e qualquer região do planeta, seja no chamado mundo desenvolvido ou no mundo em desenvolvimento.

Entre nós, o meio de comunicação predominante é a televisão. Sua imagem gráfica e colorida é facilmente assimilada pelo nosso povo, que, em geral, é pouco dado à leitura e à abstração.
Afirma-se que o latino-americano lê, em média, um livro por ano, mas passa quatro horas diárias diante da televisão. Com isso, desenvolve, infelizmente, uma atitude passiva diante da vida, sem formar um juízo pessoal e crítico da realidade.
Os meios de comunicação podem ser usados como instrumento de educação e evangelização; como mecanismo de integração humana, solidária e fraterna; como recurso para a promoção da compreensão entre os povos; como instrumento de denúncia das injustiças e de mobilização da consciência cidadã; como ajuda para a tomada de decisão, apoiada em informações mais seguras e mais críticas. Por outro lado, porém, os meios podem ser utilizados para manipular o mercado e a demanda do consumidor. Na política, podem favorecer determinados grupos de poder e não a consciência analítica, crítica e ética dos destinatários. Podem estimular estilos de vida segundo sua conveniência, sem levar em conta os valores éticos e morais.

O querido e saudoso papa João Paulo II, em seu documento que é tido como o último de seu pontificado, a Carta Apostólica O Rápido Desenvolvimento, endereçada aos responsáveis pelas comunicações sociais, diz:
“Os meios de comunicação social, escreveu João Paulo II na Carta Apostólica, alcançaram tal importância que se tornaram para muitos o principal instrumento de guia e de inspiração para os comportamentos individuais, familiares, sociais. Trata-se de um problema complexo, visto que esta cultura nasce, ainda antes que dos conteúdos, do próprio fato que existem novos modos de comunicar com técnicas e linguagens inéditas (RD 3). Para enfrentar esse problema, “a Igreja não está chamada unicamente a usar os meios de comunicação para difundir o Evangelho mas, hoje como nunca, está chamada também a integrar a mensagem salvífica na "nova cultura" que os poderosos instrumentos da comunicação criam e amplificam. Ela sente que o uso das técnicas e das tecnologias da comunicação contemporânea é parte integrante da sua missão no terceiro milênio”(RD 2).

Partindo do princípio básico da comunicação, João Paulo II recorda-nos que as palavras têm um extraordinário poder para unir ou separar as pessoas, para criar vínculos de amizade ou provocar hostilidade, propriedade que se aplica a toda comunicação, em qualquer lugar e em qualquer nível.
Não há dúvida de que os meios de comunicação são um dom de Deus e uma grande riqueza para a humanidade. As modernas tecnologias oferecem-nos possibilidades jamais vistas para fazer o bem, difundir a verdade da salvação em Jesus Cristo e promover a harmonia e a reconciliação. Seu mau uso, porém, pode causar danos enormes, provocando incompreensão, preconceitos e até conflitos.

A educação leva a um conhecimento adequado, promove a compreensão, dissipa os preconceitos e desperta o desejo de aprender mais. A mensagem ressalta que as imagens, em particular, têm a capacidade de transmitir impressões duradouras e modelar atitudes. Exercem influência sutil sobre o modo como as pessoas olham os integrantes de outros grupos e os cidadãos de outras nações e como devem ser considerados: amigos ou inimigos, aliados ou potenciais adversários. Numa palavra, as imagens formam opinião.

Os meios de comunicação têm um potencial enorme para promover a paz e construir pontes entre os povos, rompendo o círculo fatal de violência e de vingança e as agressões sem fim, tão difundidas em nosso tempo. “Eles são um recurso positivo e poderoso, se postos a serviço da compreensão entre os povos; uma ‘arma’ destrutiva, se usados para alimentar injustiças e conflitos” (RD 11)

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