segunda-feira, 31 de maio de 2010

Família formadora de Valores Humanos e Cristãos

Depois de retomarmos “o tempo comum “ no calendário litúrgico da Igreja, após a festa de Pentecostes, celebramos, hoje, neste 9º. Domingo, a Festa da Santíssima Trindade.

Muitas pessoas perguntam: porque uma festa da Trindade, se em todas as nossas celebrações sempre comemoramos, louvamos e experimentamos a presença da Santíssima Trindade?

Fomos batizados em nome da Trindade Santa, começamos o dia invocando-a, com o sinal da cruz, e com essa invocação começamos as celebrações litúrgicas e as concluímos recebendo a bênção em nome da Ssma. Trindade.

É verdade, mas é importante também que dediquemos um dia para aprofundar este mistério salvífico fundamental; centro e coração da nossa fé.

A primeira leitura do livro dos Provérbios nos fala da grandeza e da sabedoria de Deus que se manifesta na criação; por isso podemos descobrir Deus na contemplação das maravilhas do universo, mas para isso é preciso abertura e receptividade da nossa parte, pois Deus se deixa encontrar por todos aqueles que o procuram de coração sincero.

No evangelho encontramos uma referência clara às três Pessoas divinas: O Pai confiou tudo ao Filho para que Ele nos transmitisse o que fora necessário para a nossa salvação e o Espírito Santo conduz, à plena verdade, os discípulos e a Igreja para compreenderem de uma maneira mais completa tudo o que Jesus nos revelou, e anunciá-lo, sem erro, aos homens de todos os tempos e lugares.

É Jesus, portanto, que nos revela a vida íntima de Deus. Sem esta revelação a inteligência humana não poderia sonhar com esta maravilhosa realidade.

Os filósofos e outras religiões afirmam a existência de um Deus como arquiteto do mundo, ou como uma força superior, distante, ausente, frio, como causa primeira e final de todas as coisas. O Deus de Jesus Cristo no qual acreditamos não é fruto da nossa imaginação, nem de nossos desejos. Foi ele próprio que tomou a iniciativa de se manifestar a nós. Enviou-nos o seu Filho e nele se revelou como um Deus próximo a nós: o Emanuel, o Deus Conosco, um Deus que é Pai, que ama até as entranhas os seus filhos e quer que todos sejam felizes. Um Deus que nos ama tanto que se fez um de nós, em Jesus, no qual se manifestou o projeto salvífico de Deus para a humanidade. “Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). E quando o Filho, após a ressurreição, voltou ao Pai, Deus nos enviou o Espírito Santo, que é presença, vida, luz e força de Deus, que nos une e nos configura a Cristo e nos conduz à verdade plena.

Este é o Deus em quem acreditamos; o Deus que Jesus nos revelou não é um Deus solitário, mas um Deus que por amor se dá a conhecer como mistério da unidade perfeita do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Agradeçamos a Deus por nos ter revelado este mistério de sua vida íntima e por nos ter feitos templos vivos da Santíssima Trindade, que habita em nosso coração pela graça. “Aquele que me ama guardará minha palavra, e meu Pai o amará e nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada” (Jo 14,23). Esta comunhão com Deus deve nos encher de admiração, gratidão e paz interior.

A contemplação da comunidade de amor das pessoas divinas deve nos recordar que fomos criados à imagem e semelhança de Deus e que devemos fazer de nossa família, de nossas paróquias, de nossa Diocese, de nossa cidade, do nosso mundo, uma verdadeira comunidade de irmãos e irmãs que se amam uns aos outros, rompendo as barreiras que nos separam, retratando, assim, em nossas relações, sem perder nossa singularidade, a vida de perfeita comunhão das pessoas divinas, modelo de toda comunidade humana.

FAMÍLIA, FORMADORA DE VALORES HUMANOS E CRISTÃOS

A família é a primeira e mais básica comunidade eclesial. A Santíssima Trindade é mistério de comunhão de unidade perfeita das três pessoas divinas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Unidade na diversidade: um só Deus em três pessoas. A comunhão de amor das três pessoas divinas é modelo da família que é chamada a viver a comunhão no amor entre os esposos e os filhos na diversidade de seus membros.

A família deve ser verdadeira escola de valores humanos e cristãos a serem transmitidos e vividos no lar. Jesus Cristo é a referência para a família discernir os verdadeiros valores e as deficiências da cultura de hoje, os contra valores. Ele é o modelo para todos nós. Ele é o rosto divino do homem e o rosto humano de Deus. Pelo mistério de sua encarnação, Jesus elevou a pessoa humana a uma dignidade singular. Ele veio para dar vida e vida em plenitude a toda a humanidade. Ao entrar na nossa história, no seio de uma família, Jesus Cristo se solidarizou conosco e nos mostrou o valor da família, fruto da união entre o homem e a mulher, fundada no amor e aberta à vida. A família é chamada a cultivar o valor da pessoa humana, a acolher e defender o valor da vida desde o seu início, até o término natural; ela é chamada a promover os valores da solidariedade e da fraternidade entre seus membros e para com as demais pessoas, a dialogar e a conviver com o diferente, favorecendo assim uma cultura de paz.

Enfim, a família deve alimentar a dimensão religiosa de seus membros, porque Deus é o fundamento de todas as coisas e somente n´Ele nosso coração sedento e inquieto encontra paz e felicidade.

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