sexta-feira, 11 de junho de 2010

Homilia - 13 de junho - Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida

Estamos celebrando hoje o 11o. Domingo do Tempo Comum do Ano C e neste ano C, a Liturgia da Palavra nos apresenta o evangelho de Lucas, conhecido como o evangelho da misericórdia, porque somente Lucas registrou algumas parábolas que mostram o amor misericordioso de Deus para com o pecador, como no caso da mulher anônima do evangelho de hoje, conhecida na sua cidade como pecadora.

A 1a. leitura do 2o. livro de Samuel nos fala do pecado grave do rei Davi, do reconhecimento de seu pecado e do seu sincero arrependimento ao qual Deus responde com o seu amor e perdão. Esta leitura nos prepara para entender melhor o texto do evangelho.

Apesar de agraciado com tantos benefícios por parte de Deus, Davi o ofendeu gravemente. Para esconder o pecado de adultério, cometeu um pecado ainda mais grave, o homicídio de um de seus servos, Urias, para tomar-lhe a esposa. O profeta Natan denunciou corajosamente o rei Davi e fez com que ele tomasse consciência da gravidade do seu pecado e Deus lhe deu a graça do arrependimento. Davi arrependido pede perdão e Deus lhe perdoa o pecado.

Todo o Evangelho é a revelação em Jesus Cristo do amor misericordioso de Deus para com cada um de nós pecador.

No evangelho de hoje, essa verdade se apresenta de maneira muito clara. O perdão é dado em abundância àquela mulher pecadora que demonstrou muito amor. O seu débito, o seu pecado era grande e por isso reconhece que recebeu muito ao ser perdoada. O seu amor e arrependimento se manifestaram nas lágrimas com que lavou os pés de Jesus e no carinho com que os enxugou. Suas lágrimas são lágrimas de felicidade e de gratidão, seus gestos são de ação de graças antecipada. Antes de qualquer palavra de Jesus ela se sente perdoada porque crê no amor infinito de Jesus.

O pecado está presente na vida de cada um de nós, por isso, a misericórdia de Deus se estende a todos, sem distinção. Todos nós temos um pouco ou muito do rei Davi e da mulher pecadora. “Deus nos criou sem nós, mas não quis nos salvar sem a nossa colaboração”, diz Sto. Agostinho. Davi e a mulher pecadora reconheceram seu pecado, sua fraqueza, a necessidade de ajuda e de perdão por parte de Deus. Por isso, foram capazes de amar e sentir a alegria do perdão. Para alcançar, portanto, o perdão de Deus, a salvação, é necessário pedir a Deus a graça de reconhecer o próprio pecado, e o firme propósito de emendar-se, de amar a Deus. Sem amor não há perdão dos pecados. Ninguém pode salvar-se a si mesmo.

Deus é amor e não fica indiferente a quem o ama. E a prova de seu amor é que “entregou o seu Filho único para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3,16-17).

O sacramento do Perdão de Deus, da Reconciliação, da Penitência é um dom do Senhor para todos nós membros de sua Igreja, no qual encontramos o perdão dos pecados. Procurar o perdão de nossos pecados nesse sacramento é manifestar nossa confiança na misericórdia de Deus e a necessidade que temos do seu perdão para nossos pecados.

No sacramento da Penitência é Jesus, que na pessoa do padre, perdoa nossos pecados. Só Jesus porque é Deus, tem o poder de perdoar pecados. No sacramento da penitência, o homem se reconhece pecador, abre seu coração ao perdão e oferece a Deus a ocasião de manifestar sua misericórdia ao ouvir dos sacerdotes: “Teus pecados estão perdoados. Vai em paz!”.

Que a Eucaristia aumente em nós a fé em um Deus que nos ama tanto a ponto de morrer por nós.

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