quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Discípulos Missionários de Cristo com Maria - Festa de Nossa Senhora da Piedade


Deus criou o homem à sua imagem e semelhança e deu-lhe uma especial participação na própria vida divina, em santidade e justiça. No desígnio de Deus o homem não deveria nem sofrer nem morrer.

O homem tentado pelo diabo, desobedeceu a Deus, quis tornar-se “como Deus” sem Deus, e não segundo Deus. Ao pecar, Adão e Eva perderam imediatamente para si e para todos os seus descendentes a graça da santidade e da justiça originais. Nisto consiste o pecado original, na privação da santidade e da justiça originais. Em conseqüência do pecado original, a natureza humana, sem ser completamente corrompida, está ferida em suas forças naturais, submetida a ignorância, ao sofrimento, ao poder da morte e inclinado ao pecado.

Deus, porém, não abandonou o homem ao poder da morte, mas continuou buscando uma forma de trazê-lo de volta a seu convívio de amor. Logo após o pecado de Adão e Eva, Deus ascendeu uma luz de esperança para a humanidade: “porei hostilidade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3,14).

É o primeiro anúncio do Messias redentor e da mãe de uma nova humanidade, cujo filho esmagará a cabeça orgulhosa da serpente, símbolo do diabo.

E quando se completou o tempo, o que era esperança tornou-se realidade. “Quando, porém, chegou a plenitude do tempo, enviou Deus o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial” (Gl 4,4).

Em Maria dá-se o início da nova aliança de Deus com a humanidade. Muitos autores cristãos partem da afirmação de que Maria é a nova Eva. Todos nascem de Eva, mas todos são chamados a renascer em Maria. Concebidos por Eva no pecado, temos a possibilidade de nascer de novo por Maria na graça.

A redenção realizada pelo novo Adão – Jesus Cristo – obteve para a humanidade a nova Eva – Maria. Entre os dons da redenção Maria é um dos mais preciosos e, no entanto, quantos e até mesmo cristãos, desconhecem Maria, como mãe e não recorrem a sua ajuda na estrada da vida rumo a meta final que é o encontro com Deus! A maternidade de Maria se estende até os confins da terra e abraça todos os povos, assim como a redenção de Jesus Cristo alcança todo o mundo. Maria tem um único filho, Jesus, mas nele a sua maternidade espiritual se estende a todos os homens que ele veio salvar. Ao lado do novo Adão, Jesus Cristo, a Virgem Maria é a nova Eva, a verdadeira mãe dos vivos, que coopera com o amor de mãe para o nascimento deles e para a formação deles na ordem da graça. O seu amor materno é a garantia de um futuro de paz para a humanidade. Ela é o modelo da nova humanidade porque representa a plenitude do amor. É plena de amor porque ela é verdadeiramente de Deus. Toda pessoa que deseja ser de Deus deve, antes de tudo, aprender a viver o amor.

Para viver o amor em todas as dimensões é preciso primeiro experimentar o amor de Deus, deixar-se amar por Deus. E quantas provas de amor Deus nos tem dado: o dom da vida, a criação com todas as suas riquezas e belezas, a salvação que nos oferece em seu Filho, Jesus, nossa família. Maria é exemplo de amor a Deus e ao próximo. Se somos seus filhos e devemos amá-la acima de todas as coisas, depois de Deus, devemos também imitá-la no amor a Deus e no amor aos nossos irmãos. Este amor a Deus e aos irmãos deve ser traduzido em ações e gestos concretos para que não fique somente em boas intenções. Ele é para nós modelo de atenção, de ternura, de serviço, de amor, de entrega e gratuidade.

“Em Maria nós encontramos a inspiração mais próxima para aprendermos como ser discípulos e missionários de Jesus. Nela encontramos com Cristo, com o Pai e com o Espírito Santo, e da mesma forma com os irmãos”. (DA 267, 272)

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