sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Homilia - 22º Domingo do Tempo Comum - Santuário Nacional


Nos últimos domingos a Palavra de Deus nos convidava a viver de acordo com a esperança de poder participar da glória eterna que nos foi prometida. Diante desta esperança devemos perguntar-nos: qual deve ser nosso comportamento no dia-a-dia?

As leituras de hoje nos apontam o caminho: ser humildes e simples: fazer de nossa vida um serviço; ser abertos a todos; particularmente aos mais necessitados.

A antiga sabedoria do povo de Israel recomendava com freqüência a prática da humildade: “Filho, realiza teus trabalhos com mansidão e humildade e serás mais estimado que um homem generoso”, diz-nos hoje o trecho do livro do Eclesiástico. Somente a pessoa humilde é capaz de acolher a Deus e as demais pessoas. Ser humilde é uma questão de realismo e de fé. A raiz da palavra humildade vem de humus, que em latim, significa terra, barro. É ter presente nossa condição de criaturas. Não é desprezar a si mesmo, mas reconhecer nossos limites e não se supervalorizar diante de Deus, nem diante do outro, nem diante de si mesmo.

O Evangelho de hoje nos fala que Jesus foi convidado por um dos chefes dos fariseus para uma refeição num dia de Sábado.

Sabemos que o banquete celebrado no dia de sábado era um símbolo do Reino celeste. Quem quiser entrar no Reino de Deus deve fazer-se pequeno a exemplo do próprio Cristo que “sendo Deus não usou do seu direito de ser tratado como um deus, mas se desprezou, tomando a forma de escravo. Tornando-se semelhante aos homens, e reconhecido em seu aspecto como um homem, abaixou-se, tornando-se obediente até a morte, à morte sobre uma cruz” (Fl 12, 6-8).

Se a humildade nos faz reconhecer nossa condição de criatura, o serviço nos faz estar atentos às necessidades dos outros. “Quando deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos ricos, pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa” (Lc 14,12).

É claro que Jesus não quer dizer que devemos ser grosseiros, deseducados, ingratos. O que Jesus quer nos dizer é que devemos ser generosos, “que há mais alegria em dar do que em receber”. E quanta gente boa, maravilhosa em nosso meio, em nossas comunidades! Pessoas que estão sempre dispostas a ajudar, a colaborar. Há também aquelas que não são capazes de mover um dedo se for não para tirar algum proveito, senão for por algum interesse próprio.

Estamos num momento importante da história política do país, o momento da eleição para Presidente, Governadores, Senadores, Deputados Estaduais e Federais. É hora de discernir bem entre os que buscam seus próprios interesses que usam a propaganda para se promover, para seduzir o eleitor e aqueles que têm um passado de comprovado serviço em favor do bem comum, em particular, dos mais necessitados.

Finalmente, o evangelho nos diz que “quando deres uma festa, convida os pobres. Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos” (Lc 14,13-14). O Papa João Paulo II nos diz que hoje se faz necessária “uma nova fantasia da caridade”. É preciso descobrir ao nosso redor as pessoas que necessitam de uma palavra de conforto, de apoio, de uma atenção, de um caminho. Isso não rende dinheiro, nem fama aqui na terra, mas “a recompensa na ressurreição dos justos”. Maria é a humilde serva do Senhor que se colocou à disposição de Deus e da humanidade para a realização do plano divino de salvação.

Que a seu exemplo, nós sejamos também solidários com nossos irmãos e coloquemos nossos dons a serviço da construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

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