quinta-feira, 19 de abril de 2012

Pronunciamento abertura da 50ª assembleia Geral da CNBB


Saúdo fraternalmente os senhores cardeais, arcebispos, bispos, administradores diocesanos; os assessores e assessoras da CNBB; o Senhor Reitor do Santuário Nacional, Padre Darci Nicioli; os presbíteros, religiosos e religiosas, os fiéis leigos e todos os participantes desta 50ª. Assembleia. Saúdo a todas as autoridades presentes, entre elas o ilustríssimo Sr. Prefeito de Aparecida, Márcio de Siqueira. E saúdo, cordialmente, os profissionais da imprensa aqui presentes e a todos os que nos acompanham pelos meios de comunicação – televisão, rádio e Internet.

Unidos em um só coração, e agradecidos a Deus Pai, que nos permitiu chegar à marca de cinquenta encontros, iniciamos os trabalhos da 50ª Assembleia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Esta é, verdadeiramente, uma assembleia comemorativa. Comemorar não é apenas festejar um acontecimento. É também honrar a memória, reverenciar o caminho feito, dignificar a participação dos pioneiros e de todos os que sustentaram a iniciativa.

Nosso encontro será um solene memento por todos os que, vivos ou já nos braços do Pai, contribuíram, em todos os tempos da história da CNBB, para sua criação e desenvolvimento. A assembleia deste ano, portanto, traz esse gesto de olhar para trás e faz-nos ver que construímos nossa identidade com ousadia e coragem evangélica.

Pela quinquagésima vez os bispos do Brasil se encontram em reunião de partilha fraterna, oração, estudo e reflexão, na busca do fortalecimento da comunhão entre si e com o sucessor de Pedro. Durante quase seis décadas, desde aquele remoto encontro em Belém do Pará, em agosto de 1953 – quando se realizou a 1ª Assembleia Geral da CNBB -, até hoje, o episcopado brasileiro percorreu um longo caminho, assinalado por importantes decisões e expressivas contribuições para o conjunto da Igreja no Brasil e da sociedade brasileira. Em cada uma das assembleias, houve uma evidente renovação do compromisso ministerial dos bispos perante os principais desafios apresentados pela realidade do País. Fundada no mandato de Cristo, as respostas a esses desafios foram sempre firmes e corajosas.

Ao longo dos sessenta anos da CNBB, as assembleias tornaram-se, pela força dos seus conteúdos e pelo singular respeito que a sociedade tem pelo episcopado, um ponto de referência no debate nacional. As declarações, os posicionamentos, os documentos e as orientações que emanaram dos cinquenta encontros realizadas no período estão clara e fortemente marcados nas páginas da história recente do Brasil. Os bispos jamais se intimidaram diante das diversas situações da realidade nacional, por mais complexas e delicadas que fossem. Por meio das assembleias, ofereceram sempre a contribuição de que o País precisava para progredir em suas lutas pelo amadurecimento democrático, pela superação da injustiça social e dos conflitos, para cuja solução era necessário um chamado à ética e à correção dos desmandos. Largamente divulgados pelos meios de comunicação social, os trabalhos dos bispos em assembleia sempre repercutiram de modo a expandir o testemunho da Igreja em favor da defesa da vida digna e plena para todos.

“A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja” é o tema central desta Assembleia. Nele, encontramos a renovação do convite para retomarmos o que já meditamos com especial acento em nossa assembleia de 2010. O aprofundamento desse tema nos conduzirá, naturalmente, a uma volta às grandes orientações recebidas do Sínodo dos Bispos de 2008 e da Exortação Apostólica pós-sinodal “Verbum Domini”, que nos foi dirigida pelo Papa Bento XVI em 30 de setembro de 2010. O Santo Padre, no documento, lembra-nos que nos vemos “colocados diante do mistério de Deus que Se comunica a Si mesmo por meio do dom da sua Palavra. Esta Palavra, que permanece eternamente, entrou no tempo. Deus pronunciou a sua Palavra eterna de modo humano; o seu Verbo ‘fez-Se carne’ (Jo 1, 14). Esta é a boa nova. Este é o anúncio que atravessa os séculos, tendo chegado até aos nossos dias” (VD, 1).

Em nosso encontro, atentos a qualquer iniciativa que tem por escopo a evangelização, olharemos com carinho para os preparativos relativos à Jornada Mundial da Juventude, a realizar-se em julho do próximo ano. A Assembleia também nos dará oportunidade para o aprofundamento de outras duas comemorações que nos remetem ao mês de outubro deste ano: os 60 anos da criação da nossa Conferência e o marco dos cinquenta anos do início dos trabalhos do Concílio Vaticano II.

Certamente, em nossas discussões e propostas de trabalho, teremos de estar atentos a feliz iniciativa de Sua Santidade, o Papa Bento XVI, que nos pede para vivenciarmos - a partir da data em que lembramos o início do Concílio até a festa de Cristo Rei do ano 2013 -, um ano especial em que celebraremos as riquezas de nossa fé. O “Ano da Fé”, segundo orientação do Papa, deve ser “um momento de graça e compromisso para uma plena conversão a Deus, para fortalecer a nossa fé n'Ele e a anunciá-Lo com alegria ao homem do nosso tempo”.

O “Ano da Fé” terá início em 11 de outubro próximo, no âmbito da realização da 13ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização. Durante a presente Assembleia, elegeremos os Delegados da CNBB para a Assembleia do Sínodo, e que deverão ser confirmados pelo Santo Padre.

O Papa Bento XVI criou um novo dicastério na Cúria Romana para animar, na Igreja, o tema da nova evangelização. Segundo seu presidente, Dom Rino Fisichella, é preciso acolher a “exigência de renovar tudo aquilo que é a capacidade da Igreja de levar o Evangelho de Jesus Cristo ao homem de hoje”. Iniciamos os trabalhos dessa 50ª. Assembleia dispostos a acolher e aprofundar essa exigência no âmbito da Igreja no Brasil. Uma eficiente implementação das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora que aprovamos no ano passado, nas nossas Dioceses será capaz de mobilizar corações e forças para bem concretizarmos nossa ação pastoral sob a inspiração dessa oportuna iniciativa do Santo Padre.

Que o Santo Espírito de Deus nos ilumine para levarmos a bom termo os nossos trabalhos.

A todos os que aqui se encontram, àqueles que nos acompanham pelos meios de comunicação, enfim, a todos os fiéis de nossas Igrejas particulares suplico, ardentemente, orações pelo êxito de nosso encontro.

Aos participantes da Assembleia e aos que a apoiarão com seus trabalhos, manifesto a satisfação de recebê-los na Arquidiocese de Aparecida. É uma grande alegria hospedar o episcopado brasileiro sob o manto da Padroeira do Brasil. Aqui é o nosso lugar: nos braços da Mãe Santíssima! Agradeço ao Secretariado Geral da Conferência que trabalhou arduamente para nos dar condições de realizar mais esta assembleia geral. Agradeço igualmente ao Padre Darci Nicioli, Reitor do Santuário Nacional, aos missionários redentoristas e às suas equipes pelo esmero demonstrado nas providências tomadas para que nosso encontro alcance pleno sucesso. Desejo que tenhamos dias de bênçãos e fraterna alegria no convívio desta assembleia. Agradeço, igualmente, as palavras acolhedoras do senhor Prefeito de Aparecida, e a colaboração da Prefeitura para a realização da 50ª. Assembleia.

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